Paquistão

A Igreja

O cristianismo chegou ao Paquistão no século VIII por intermédio de missionários nestorianos. Os jesuítas assumiram o trabalho missionário no século XVI, porém nenhum dos dois grupos teve êxito no estabelecimento de um trabalho duradouro. 

Atualmente, como resultado de uma grande variedade de esforços missionários, o Paquistão conta com uma pequena parcela de cristãos, a maioria dos quais de etnia punjabi. A maioria dos cristãos é membro de igrejas independentes ou da católica romana. 

A comunidade cristã é, de modo geral, fragmentada e temerosa. Devido ao medo da perseguição, é possível que haja alguns milhares de cristãos que mantêm sua identidade religiosa em sigilo e são poucos os convertidos entre os muçulmanos que declaram sua nova fé abertamente.


A perseguição

A Igreja 
A Constituição estabelece o islamismo como a religião do Estado. Ela também declara que as minorias religiosas devem ter condições para professar e praticar sua religião em segurança. Apesar disso, o governo limita a liberdade religiosa. 

Uma forma de limitação é a lei de blasfêmia paquistanesa. Essa lei sentencia à morte quem deprecia o islã ou seus profetas; à prisão perpétua quem deprecia, danifica ou profana o Alcorão; e a dez anos de prisão quem insulta os sentimentos religiosos de outra pessoa. 

A lei de blasfêmia tem sido bastante usada por indivíduos que querem resolver questões pessoais, uma vez que, para acusar alguém de ter blasfemado, não é necessário ter provas. Precisa-se apenas da acusação formal. No contexto paquistanês, a palavra de um muçulmano vale pela palavra de dois cristãos, e isso dificulta o processo de defesa. 

Embora nenhum cristão paquistanês até agora tenha sido executado após sua condenação, mais de uma dezena de pessoas foram acusadas e forçadas a viver em condições desumanas na prisão, em esconderijos ou no exílio. 

No fim de 2008, um garoto encontrou uma sacola na rua contendo páginas rasgadas de um Alcorão. Sem saber o que fazer com aquilo, o menino levou a sacola para casa. 

Sua irmã mais velha, Ashiyana Masih, levou a sacola e seu conteúdo a uma vizinha muçulmana. Mas essa vizinha, que tinha uma briga antiga com a família de Ashiyana, acusou a jovem e seu pai, Gulsher Masih, de terem blasfemado contra o Alcorão. 

Após a denúncia, mais de cem pessoas atacaram a casa da família cristã, levando-a a fugir e se esconder. No entanto, Ashiyana e seu pai foram presos. 

O pedido de fiança que os representantes legais de Ashiyana fizeram foi negado. Ainda não foi marcada uma nova data para a audiência dela e de seu pai.


Motivos de oração

1. A maioria da Igreja paquistanesa é formada por pessoas da etnia punjabi. Ore para que os cristãos paquistaneses desenvolvam uma Igreja transcultural que envolva todas as etnias do país. 

2. A Igreja tem contra si o forte preconceito do governo. Ore pedindo que as autoridades do país abrandem suas posições contrárias ao cristianismo e permitam que as crenças não muçulmanas tenham uma representação mais ampla no governo. 

3. Os líderes cristãos são frequentemente perseguidos e ameaçados. Ore para que eles continuem a evangelizar com ousadia, façam novos discípulos e treinem novos líderes com o objetivo de implantar a Igreja de Cristo em todo o território paquistanês. 

4. Ore pelo fim da violência contra os cristãos. Ore também para que os conflitos no vizinho Afeganistão não acirrem ainda mais a tensão religiosa no Paquistão. 


Fontes

2008 Report on International Religious Freedom